quarta-feira, dezembro 01, 2010


Adeus

A Mangueira e a mudinha


Adeus

    No Pantanal, havia uma pobre árvore solitária; era uma mangueira. Grande, alta, bonita, mas solitária. Quando avistava um passarinho, vinha a esperança de que ele colocaria uma sementinha, mas logo a perdia.
    Foi então que avistou um beija-flor vindo em sua direção. Com ele trazia uma sementinha e a esperança de uma nova amizade com ela.
    O passarinho deixou cair a sementinha bem ao lado da árvore, e lá brotou uma mudinha tagarela que só, todo dia de manhãzinha, vinha seu Chico regá-la.
    A mudinha se sentia segura e feliz por tê-lo conhecido. Foi então que a mangueira resolveu cumprimentá-la. E a conversa das duas gerou uma amizade infinita entre as duas.
    Os anos se passaram. Seu Chico já estava bem velhinho, mas, mesmo assim, todo dia, com amor, ia dar carinho às duas. Foi então que chegaram uns operários de São Paulo querendo comprar a fazenda de Seu Chico para construir um condomínio. Durante quatro meses, lhe fizeram propostas; a cada mês, aumentavam mais dez mil reais. Mesmo assim, Seu Chico negava, até que eles desistiram. Ele não ia deixar suas árvores de jeito nenhum.
    Mais alguns anos se passaram. Seu Chico acabou falecendo, pois estava com um problema no coração e não agüentou.
    A mudinha também assistiu à dolorosa despedida de sua amiga mangueira.
    Ela ficou bem solitária, por um tempo, pois logo teve que dizer adeus também.

Autora: Esther Pellegrino
Créditos: Professora Angela Rocha (professora de Português)
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